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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Anorexia, Bulimia e Vigorexia

A anorexia nervosa é uma disfusão alimentar, caracterizada por uma rígida e insuficiente dieta alimentar (caracterizando em baixo peso corporal) e estresse físico. A anorexia nervosa é uma doença complexa, envolvendo componentes psicológicos, fisiológicos e sociais. Uma pessoa com anorexia nervosa é chamada de anoréxica. Uma pessoa anoréxica pode ser também bulimica. A anorexia nervosa afeta primariamente adolescentes do sexo feminino e jovens mulheres do Hemisferio Ocidental, mas também afeta alguns rapazes. No caso dos jovens adolescentes de ambos os sexos, poderá estar ligada a problemas de auto-imagem, dismorfia, dificuldade em ser aceito pelo grupo, ou em lidar com a sexualidade genital emergente, especialmente se houver um quadro neurótico (particularmente do tipo obsessivo-compulsivo) ou história de abuso sexual  ou de bullying. A taxa de mortalidade da anorexia nervosa é de aproximadamente 10%, uma das maiores entre qualquer transtorno psicológico.

Sintomas

·             Peso corporal em 85% ou menos do nível normal.
·             Prática excessiva de atividades físicas, mesmo tendo um peso abaixo do normal. Comumente, anoréxicos vêem peso onde não existe, ou seja, o anorético pensa que tem um peso acima do normal.
·             Em mulheres, ausência de ao menos três ou mais mestruações. A anorexia nervosa pode causar sérios danos ao sistema reprodutor feminino.
·             Diminuição ou ausência da líbido; nos rapazes poderá ocorrer disfunção eretíl e dificuldade em atingir a maturação sexual completa, tanto a nível físico como emocional.
·             Crescimento retardado ou até paragem do mesmo, com a resultante má formação do esqueleto (pernas e braços curtos em relação ao tronco).
·             Descalcificação dos dentes, carié dentaria.
·             Depressão profunda.
·             Bulimia, que pode desenvolver-se posteriormente em pessoas anor
·             Tendências suicidas.
éxicas.


A anorexia possui um índice de mortalidade entre 15 a 20%, o maior entre os transtornos psicológicos, geralmente matando por ataque cardíaco, devido à falta de potássio ou sódio (que ajudam a controlar o ritmo normal do coração). Pode ser causada por distúrbio da auto-estima.

 Causas e grupos de risco

A anorexia nervosa afeta muito mais pessoas jovens (entre 15 a 25 anos), e do sexo feminino (95% dos casos ocorrem em mulheres). Tem sido enfatizada, em debates populares, a importância da mídia para o desenvolvimento de desordens como anorexia e bulimia, por alegadamente promover ela uma identificação da beleza com padrões físicos de magreza acentuada. Qualquer papel a ser exercido pela cultura de massa na promoção dessas desordens, no entanto, está ainda para ser demonstrado. Na busca da etiologia de perturbações da saúde mental, inclusive da anorexia nervosa, comumente são procuradas causas de ordem intrapsíquico, ambiental e genético.
Até agora, os seguintes fatos têm emergido na busca das causas desse transtorno:
Causas genéticas/ambientais:
·               Estudos sobre desenvolvimento de transtornos alimentares envolvendo irmãs gêmeas têm sugerido um fundo genético para o desenvolvimento da anorexia.
·               Pais e mães de pacientes diagnosticadas com essa desordem possuem, relativamente a grupos de comparação da população não seleta, níveis mais elevados de perfeccionismo e preocupação com a forma física.

Características sociopsíquicas de anoréxicas:
·               Independentemente do subtipo de anorexia desenvolvida, restritiva ou purgativa, anoréxicas possuem, relativamente a pessoas saudáveis de sua idade e sexo, uma incidência maior de transtornos da ansiedade (especialmente o transtorno obsessivo-compulsivo) e do humor.
·              Níveis exageradamente elevados de perfecionismo (busca por padrões de conquista e realizações notavelmente altos, necessidade de controle, intolerância a "falhas" ou "imperfeições") são comuns, e mesmo centrais, no desenvolvimento da anorexia. A presença dessa busca por padrões de perfeição transcende o desenvolvimento da doença, sendo anterior a ela e permanecendo em pacientes que já foram curadas da doença. Alguns estudos sugerem que, apesar de uma inteligência média na faixa regular, anoréxicas possuem níveis mais altos de performance escolar e envolvimento acadêmico, o que sugere que o perfeccionismo 
nelas presente não se limita a temas relacionados apenas com comida e forma corporal.
·             Outros traços obsessivos-compulsivos, além do perfeccionismo, são notados na infância de anoréxicas, principalmente inflexibilidade, forte adesão a regras estabelecidas, observação dos padrões mantidos por autoridades, etc.
·             Incidência de abuso físico ou sexual é mais elevada em grupos de anoréxicos; em um estudo efetivado na América do Norte, a presença de um histórico de abuso sexual na infância apresentou uma forte associação com o desenvolvimento de transtornos alimentares em grupos de homens homossexuais.

Tratamento
Deve-se ter duas vertentes, a não-farmacológica e a farmacológica. Entretanto deve-se ter em mente a importância de uma relação médico-paciente satisfatória,uma vez que a negação pelo paciente é muitas vezes presente. Dependendo do estado geral da paciente pode-se pensar em internação para restabelecimento da saúde. Correção de possíveis alterações metabólicas e um plano alimentar bem definido são fundamentais. Além disso, o tratamento também deve abordar o quadro psicológico, podendo ser principalmente a terapia cognitivo-comportamental e psicoterapia individual. Em relação a abordagem farmacológico tem-se utilizado principalmente os antidepressivos, mas que é uma área que carece de muitos resultados satisfatórios tendo em vista a multicausalidade da doença. Dessa forma, é importante uma abordagem multi-disciplinar, apoio da família e aderência do paciente. As recaídas podem acontecer, daí a importância de se ter um acompanhamento profissional por grandes períodos.

Bulimia

 
A bulimia é um transtorno alimentar aonde as principais características são os episódios de compulsão alimentar seguidos de comportamentos compensatórios para evitar o ganho de peso. As pessoas que sofrem de bulimia vivem em um circulo vicioso de compulsão-purgação. 
Na sua maioria os pacientes com bulimia estão dentro da faixa de peso normal, embora alguns possam estar com um peso levemente acima ou abaixo deste. Existem indicações de que antes do início do transtorno alimentar, os pacientes com bulimia estão mais propensos ao excesso de peso.
A bulimia apresenta uma prevalência no sexo feminino, 90 a 95%. A doença se manifesta  mais tarde do que na anorexia, por volta dos 18 a 20 anos
Os episódios de compulsão consistem no consumo de uma grande quantidade de alimentos freqüentemente ricos em calorias. Os tipos de alimentos variam mas geralmente são ricos em gordura e/ou açúcar.Os episódios de compulsão alimentar ocorrem em segredo, por isso raramente são presenciados por outras pessoas. Alguns deste episódios são previamente planejados, mas geralmente ocorrem de forma impulsiva. Entre os episódios compulsivos, os pacientes  restringem seu consumo calórico total e selecionam preferencialmente 
alimentos com baixas calorias, evitando alimentos que percebem como "engordativos". O "gatilho" das compulsões na bulimia, pode incluir depressão, dificuldades nos relacionamentos interpessoais, aborrecimentos, dietas restritivas e/ou prolongadas, e insatisfação e/ou distorção da imagem corporal.
A compulsão alimentar "camufla" temporariamente os sentimentos negativos, mas este estado é rapidamente seguido por sentimentos de culpa. A bulimica sente vergonha dos seus ataques de compulsão (binge), e entende seu comportamento como uma falta de controle, o que é uma das razões para a baixa auto-estima: "Existe alguma coisa "errada" comigo, sou "imperfeita", porque não consigo me controlar". É difícil para alguém que sinta desta forma procurar ajuda. Daí o prazo, e a demora de até dez anos, para que uma pessoa que sofra de bulimia busque ajuda.
Os comportamentos compensatórios são uma forma de "conter" os efeitos ( o aumento de peso) das crises de compulsão. O comportamento compensatório mais comum são os vômitos. Na bulimia os vômitos são provocados seguidamente  os episódios de compulsão. Os vômitos auto-induzidos representam o comportamento compensatório mais comumente utilizado pelos pacientes que sofrem de bulimia.Os vômitos são provocados seguidamente  aos episódios de compulsão. Alguns pacientes podem chegar a vomitar até 20 vezes por dia. Os vômitos se tornam tão "comuns" que  pacientes se tornam capazes de vomitar quando querem.O ato de purgar reduz temporariamente o desconforto físico causado pela sensação de "estufamento"  gástrico, alem de amenizar o medo de ganhar peso pelas crises compulsões. Algumas podem até mesmo ansiar  pelo comportamento purgativo da mesma forma que apreciam a sensação de "libertação" que este comportamento  temporariamente oferece. Outros comportamentos compensatórios utilizados para "prevenir" o ganho de peso são o uso abusivo de laxantes, diuréticos, dietas restritivas, jejuns, medicamentos e "formulas" anorexigênos, e a prática exagerada de exercícios. A "necessidade" de se exercitar chega a interferir de modo significativo nas atividades pessoais e profissionais da pessoa. O paciente pode dar preferência a pratica de atividade física em detrimento de encontros sociais e/ou profissionais. 
As bulimicas semelhante as anoréxicas, estão envolvidas de forma obsessiva com  a forma e peso dos seus corpos. Uma pessoa com bulimia poderá checar seu peso e forma de maneira obsessiva. Esta "checagem" pode se manifestar através de pesagens freqüentes (varias vezes ao dia), observação de si mesmas no espelho, e medição de varias partes do corpo com fitas métricas ou com as próprias mãos. Para as bulimicas, a auto estima esta diretamente vinculada ao seu peso e forma  corporal. 
As complicações medicas mais comuns da bulimia incluem arritmias cardíacas, sangramentos do esôfago, distúrbios eletrolíticos, problemas gastrintestinais e dentais. As complicações medicas da bulimia podem ser tão severas quanto as da anorexia. Da mesma forma que a anorexia, a bulimia pode levar a morte,  se não tratada de maneira adequada. 

Subtipos

As pessoas que sofrem de bulimia se classificam em dois subtipos:

·      Purgativo:
 
·             Após o episodio de compulsão alimentar a pessoa  provoca o vômito, ou abusa de laxantes e/ou diuréticos.
A ingestão de laxantes e diuréticos, contrariamente as opiniões amplamente divulgadas por quem faz uso deles com a finalidade de emagrecer, não impede em absoluto a absorção dos alimentos. O trato digestivo se acostuma progressivamente aos laxantes, e é necessário aumentar as doses cada vez mais, para poder obter os efeitos comparáveis aos anteriores. Este comportamento causa complicações físicas como retenção de água, edemas, e inclusive alterações no tubo digestivo. da mesma forma os diuréticos, tanto tomados sozinhos como associados aos laxantes, não exercem mais que um impacto mínimo e transitório sobre o peso corporal. Simplesmente favorecem a perda de água, e provocam a longo prazo,
·             perturbações biológicas graves.
·             Os vômitos são um método muito freqüente entre os bulimicos. Não é utilizado sempre da mesma maneira: alguns vomitam varias vezes ao dia, praticamente depois de ingerir cada alimento, e outros só o utilizam em momentos de crise. Este "processo" é física e emocionalmente custoso, e pode provocar tanto a repetição das crises (na antiguidade os romanos conheciam bem esta técnica de provocar o vomito para poder continuar com suas "orgias" alimentares), quanto o aumento da sua intensidade (as vezes chega-se a comer uma quantidade maior de comida para facilitar o vomito). Inicialmente o vomito diminui as barreiras fisiológicas  e psicológicas contra a compulsão. Alem disso, os vômitos, sobretudo se são crônicos, não impedem o organismo de absorver uma proporção considerável das calorias ingeridas. As conseqüências somáticas mais comuns dos vômitos são: desordens do tipo eletrolítico (desidratação, falta d de potássio, e alterações no ritmo cardíaco), hipertrofia das glândulas parótidas (causando "inchaço no rosto), caries dentarias (erosão do esmalte pelos ácidos gástricos), e esofagites (deglutição dolorosa). 

·      Não Purgativo:
 
·             Após o episodio de compulsão a pessoa deixa de comer  durante um tempo, podendo até permanecer em jejum por algum tempo, e/ou praticar exercícios físicos intensos.
·             As dietas (jejuns e/ou dietas restritivas), ou a idéia de eliminar para sempre certo tipo de alimento, que na idéia da pessoa engordam. são usados como métodos compensatórios. Dados  demonstram que este tipo de dietas provocam o efeito "yo-yo"  ( a perda de peso é seguida de um aumento importante no mesmo), e provocam um aumento de peso  alongo prazo, juntamente com alterações endócrinas ("dismenorréia", menstruações difíceis e dolorosas).
Os medicamentos que diminuem o apetite, ou anorexigenos, contem em 
·             sua maioria anfetaminas, que, alem de produzir inapetência (falta de apetite), perturbam o sono, provocam agitação, dependência e numerosos efeitos secundários não desejados.
·             A prática de exercitar-se excessivamente pode ter conseqüências graves, em particular afetando as articulações e o sistema cardiovascular.
 
Todas estas tentativas de compensação são na realidade ilusórias e bastante perigosas, para resultados mínimos. Elas podem desencadear crises, mantendo um circulo vicioso entre domínio absoluto e perda de controle, e entre restrições e crises.
  Os pacientes que se enquadram no subtipo purgativo geralmente apresentam  mais sintomas depressivos e maior preocupação com a forma e o peso do que os pacientes do subtipo não purgativo
As bulimicas semelhante as anoréxicas, estão envolvidas de forma obsessiva com  a forma e peso dos seus corpos. Uma pessoa com bulimia poderá checar seu peso e forma de maneira obsessiva. Esta "checagem" pode se manifestar através de pesagens freqüentes (varias vezes ao dia), observação de si mesmas no espelho, e medição de varias partes do corpo com fitas métricas ou com as próprias mãos. Para as bulimicas, a auto estima esta diretamente vinculada ao seu peso e forma  corporal. 
As complicações medicas mais comuns da bulimia incluem arritmias cardíacas, sangramentos do esôfago, distúrbios eletrolíticos, problemas gastrintestinais e dentais. As complicações medicas da bulimia podem ser tão severas quanto as da anorexia. Da mesma forma que a anorexia, a bulimia pode levar a morte,  se não tratada de maneira adequada. 

 
Sinais Físicos:

·             Inchaço das glândulas parótidas (como se estivesse com caxumba). Devido aos vômitos provocados.
·             Amenorréia (falta de menstruação) pelo menos 3 ciclos
·                         Queda de cabelo
 
·             Perda de dentes (devido ao acido dos vômitos)
·             Vômitos provocados (geralmente logo depois das refeições ou durante o banho). Ficar atento para aquelas que logo após se alimentarem vão ao banheiro.
·             O peso não está muito abaixo nem muito acima do normal, se bem que oscila com facilidade
·             Calos no dorso dos dedos, principalmente indicador.Essas calosidades são chamadas de sinal de Russsell, que as descreveu em 1979. (o uso constante dos dedos para provocar os vômitos provoca lesões devido ao atrito com os dentes)
·             Desmaios e fraqueza, devido ao uso de laxantes e diuréticos que provocam um desequilíbrio eletrolítico (perda de sais minerais como potássio). 
·             Perda de dentes (devido ao acido dos vômitos)
·             Vômitos provocados (geralmente logo depois das refeições ou durante o banho). Ficar atento para aquelas que logo após se alimentarem vão ao banheiro.
·             O peso não está muito abaixo nem muito acima do normal, se bem que oscila com facilidade
·             Calos no dorso dos dedos, principalmente indicador.Essas calosidades são chamadas de sinal de Russsell, que as descreveu em 1979. (o uso constante dos dedos para provocar os vômitos provoca lesões devido ao atrito com os dentes)
·             Desmaios e fraqueza, devido ao uso de laxantes e diuréticos que provocam um desequilíbrio eletrolítico (perda de sais minerais como potássio).  
 
Sinais Psicológicos  e Comportamentais:
·             Mudanças bruscas de humor (irritabilidade, agressividade, apatia).
·             Aumento de interesse pela imagem e/ou peso. Grande obsessão pelo peso, constantemente se acham gordas e tem verdadeiro pânico de engordar .Por isso se preocupam excessivamente quando outras pessoas fazem algum comentário sobre seu aspecto físico.
·             Quando comem com amigos e familiares, se alimentam pouco e somente com alimentos de baixas calorias.
·             Aumento no controle do peso (se pesar constantemente e/ou se medir com a fita métrica).
·             Isolamento social e/ou familiar.
Os ataques de compulsão (binge) são “escondidos”, mas geralmente a pessoa deixa “sinais” como embalagens de chocolates, salgadinhos, etc...  
Escondidos no quarto em gavetas ou armários. Quando estão sozinhas se alimentam de todos os alimentos "proibidos", com isso os pais podem perceber que uma grande quantidade de alimentos "desaparece" de casa. Também podem gastar muito dinheiro com a alimentação fora da casa”.
·             Uso de laxantes e/ou diuréticos; muitas vezes também estão “escondidos” em bolsas, gavetas ou armários.
·             Comportamentos compensatórios como exercícios exagerados com a finalidade  de perder peso, podem caminhar muitas horas ou não usar elevadores somente escadas.
·             Obsessão pela comida e ligação com a cozinha, constantemente fala sobre dietas e sobre a quantidade de calorias dos alimentos. Muitas vezes gosta de cozinhar para a família, pode colecionar receitas e gosta de controlar a comida que existe m casa, fazendo listas de compras, ou, comprando os alimentos.  
·             Consideram que o aspecto físico tem muito valor como meio para conseguir  êxito em qualquer área da sua vida
·             Podem apresentar uma preocupação excessiva com relação a organização e a ordem; intensificando assim as atividades relacionadas a limpeza da casa e/ou com estudos e trabalho.
·             Idas freqüentes ao banheiro logo após as refeições.

A presença de um ou mais sinais não indica necessariamente que a pessoa sofra de algum tipo de distúrbio alimentar.  Por isso não rotule antecipadamente.
Devemos observar as pessoas durante um tempo antes de tomar conclusões precipitadas. Caso não haja alterações no quadro, procure um profissional especializado; isto é muito importante já que um dos fatores que contribuem para a manutenção de um distúrbio alimentar é a heterogenia (má intervenção médica e/ou psicológica).

Transtornos Associados
Os pacientes com Bulimia Nervosa apresentam uma freqüência maior de sintomas depressivos (por ex., baixa auto-estima, insegurança) ou Transtornos do Humor (particularmente Distimia e Transtorno Depressivo Maior). Em muitas ou na maior parte dessas pessoas, o distúrbio do humor começa simultaneamente ou segue o desenvolvimento da Bulimia Nervosa, sendo que com freqüência atribuem sua perturbação do humor à Bulimia Nervosa. Também pode haver maior freqüência de sintomas de ansiedade ou Transtornos de Ansiedade.
Em cerca de um terço dos pacientes com Bulimia Nervosa ocorre Abuso ou Dependência de Substâncias, particularmente envolvendo álcool e estimulantes. 

Tratamento Psicológico

O tratamento desenvolvido por C.N. ABREU (um dos autores deste texto), compõe-se, atualmente, de 18 semanas e é baseado no modelo cognitivo-construtivista de psicoterapia. Em cada encontro, um eixo temático é abordado, fazendo com que as pacientes consigam progressivamente reapropriar-se do controle e do manejo de sua vida emocional e, conseqüentemente, reorganizar seus hábitos alimentares. Desse modo, um plano de trabalho é estabelecido, e as pacientes convidadas a participar são avaliadas semanalmente. 
Ao final do programa, é realizada uma avaliação multidisciplinar seguindo os critérios estabelecidos pelo AMBULIM e envolvendo nutricionistas, psiquiatras e os psicólogos. A partir da avaliação em conjunto, as pacientes podem: a) receber alta; b) seguir para um programa de manutenção de 18 semanas envolvendo outros temas; ou, finalmente, no caso de um baixo nível de aderência, c) reiniciar o programa.

 
Vigorexia

Vigorexia ou transtorno dismórfico muscular, ocorre quando o volume e a intensidade de exercicio fisico praticado por um indivíduo excede a sua capacidade de recuperação, e pode-se somar ao fato de apresentar uma auto-imagem um tanto distorcida, em quadro psicologicamente patológico.
É classificada como um Transtorno Obesessivo-Compulsivo (TOC) e mais especificamente, se acompanhada de uma auto-imagem distorcida, é um transtorno dismórfico corporal.
Foi primeiramente diagnosticada como um transtorno obsessivo compulsivo pelo médico Harrison Graham Pope Jr., professor de psicologia em Harvard que a nomeou de vigorexia ou Síndrome de Adônis (relacionando-a com o deus grego Adónis,grande beleza física).
Indivíduos acometidos desta síndrome, são pessoas que mesmo fortes fisicamente, ao se visualizarem em espelhos, por exemplo, se sentem fracos, de maneira similar aos acometidos de anorexia,se visualizarem, sempre consideram-se gordos.
Acomete predominantemente indivíduos do sexo masculino, mas também se evidencia em indivíduos do sexo feminino, e em ambos os casos, predominantemente associado a prática de musculação e fisiculturismo.
Deve-se assim separar o quadro do indivíduo que é acometido de tal comportamento em dois grupos, ou quadros: o do indivíduo que pratica exercícios de qualquer tipo exageradamente (no que é relacionada intimamente ao termo overtraining - "sobre-treinamento" em inglês no sentido excessivo), do indivíduo que, além disso, ou inclusive em detrimento de fazer-se exercícios exageradamente, jamais se contenta com seu volume corporal, com enfoque na massa/volume muscular. Exemplificando, um indivíduo pode ter obsessão pela prática de exercícios, como a corrida ou a natação, levando-o ao "sobre-treinamento" (overtraining), mas não apresentando uma obsessão pelo volume muscular, para o que inclusive exercícios aeróbicos são inadequados e improducentes. Por outro lado, os obcecados por volume muscular podem passar a se exercitar adequadamente com vistas ao volume muscular, mas somarem a excessiva ingestão de suplementos alimentares e mesmo anabolizantes de diversos tipos, além de outras substâncias com as mesmas finalidades, inclusive com o abandono e até desprezo por qualquer acompanhamento médico adequado ou mesmo coerente com as prescrições farmacológicas da literatura.
 
Tais indivíduos, além de perseguirem o volume muscular por todos os fins e com intensidade, passam também, correspondentemente, a apresentarem comportamento depressivo quando perdem volume muscular por algum motivo (uma infecção ou um acidente limitante do exercício ou alimentação, por exemplo). Em paralelo a tal comportamento, quando apresentam reações tóxicas a medicamentos que são usados no seu aumento de volume muscular ou manutenção da qualidade de seu aspecto (no que é chamado de definição muscular, por exemplo) ou fármacos usados como auxiliares nisto, recusam-se a aceitar que necessitam cessar o uso de tais medicações ou procurar apoio médico.
O quadro de sobre-treinamento propriamente dito, igualmente, em função do desgaste que gera, ou das dificuldades de motivação para ser mantido, pode ser associado ao consumo de estimulantes de todos os tipos, desde a comum cafeína oriunda de diversas fontes, em demasia, passando pelas anfetaminas de diversos tipos, até a cocaína.
A vigorexia e os anabolizantes

O consumo crescente de esteróides anabolizantes com fins puramente estéticos é associado a esta síndrome, o que levou países europeus a tratarem seu comércio com os mesmos critérios legais e penais do consumo de drogas psicotrópicas. Correlatamente, proprietários de academias e instrutores da área sem escrúpulos aproveitam-se de tal mercado possível e constroem estruturas de contrabando e tráfico deste tipo de medicamentos.
Aos esteróides, acrescentam-se o consumo de insulina, o hormônio do crescimento(GH), assim como outras drogas com a mesma finalidade de anabolizante. Igualmente, existe o consumo de medicamentos de uso veterinário, especialmente para equinos(Equipoise, A.D.E, Winstrol Vet), com os mesmo fins.
No quadro de obsessão por volume muscular, é comum o quadro de indivíduos do sexo feminino, que além do volume muscular extremamente grande, somam, pelo consumo de hormônios com caráter masculinizante (derivados, relacionados e modificados da testosterona natural ou sintética), passam a apresentar características sexuais secundárias e terciárias, como pelos (incluindo barba) e perda do cabelo na cabeça no que chamamos "entradas" e inclusive a típica calvície masculina. Mesmo com este quadro, a vigorexia se manifesta como uma obsessão tão dominante sobre os hábitos do indivíduo que estas não abandonam suas práticas de dosagem de tais drogas, com vista aos ganhos musculares. 


Tratamentos

É necessário o tratamento médico terapia e ajuda nutricional. Podem acontecer recaídas, por isso é bom ter um acompanhamento ao longo do período.

A injeção de óleos e próteses

A aplicação de próteses de silicone com vistas a suplementar volume muscular não é incomum, e inclusive, tem seu lado em cirurgia plástica de recuperação estética de indivíduos atingidos por acidentes deformantes, como os automobilísticos e com animais (tubarões são um exemplo típico) ou ainda queimaduras graves.
Mas existe também a injeção de óleos nos grupos musculares com vista a doar volume adicional, pelo seu entumescimento. Entre tais produtos citam-se Esiclene (formebolone, hubernol), Synthol (Pump N Pose) (composto de triglicérides de cadeia média, álcool benzílico e lidocaína), que é uma modificação do Esiclene, o ADE (composto vitamínico que em cada 100 ml, normalmente é composto de 2.500.000 a 25.000.000 Ul vitamina A, 500.000 a 7.000.000 Ul de vitamina D e 1.650 a 7.000 Ul vitamina E), é normalmente usado no tratamento de carências de vitamínicas e infecções em bovinos, eqüinos, suínos, ovinos, caprinos e coelhos (há claras recomendações para evitar-se seu uso em cães e gatos). Note-se que tais produtos, altamente perigosos, não causam anabolia, apenas o aumento do volume muscular, sem aumento do seu tecido propriamente dito, ou mesmo força (sempre relacionada a seu volume, ainda que complexamente).

 Sintomas

Os sintomas abaixo referem-se propriamente ao quadro de prática exagerada de exercícios.

·      Dores musculares persistentes
·      Fadiga persistente
·      Ritmo cardíaco elevado, em estado de repouso
·      Maior susceptibilidade a infecções
·      Maior incidência de lesões
·      Irritabilidade
·      Depressão
·      Perda de motivação
·      Insônias
·      Perda de apetite
·              Perda de peso  

Conclusão
Percebe-se atualmente uma busca exagerada pelo corpo perfeito. Influências da mídia, meio social ou outros contextos interferem de tal forma na percepção corporal da pessoa que esta pode apresentar quadros complexos como o distúrbio da bulimia, que em sua prática pode gerar a anorexia. Padrões de beleza que glorifica os músculos também podem gerar distúrbios como a vigorexia, no qual o sujeito não está satisfeito com o seu corpo mesmo já estando com uma aparência bastante forte e musculosa. Muitos pensam que ainda não estão fortes o suficiente, que precisam malhar mais. Indivíduos que têm essas falhas na percepção corporal necessitam de tratamento psicoterápicos e acompanhamento médico e nutricional também. Esse conjunto de tratamentos, juntamente com a força de vontade do paciente, poderá surtir efeitos positivos, mesmo a longo prazos. O que não se deve fazer é ignorar esse problema tão cruel que atinge não apenas mulheres, mas muitos em geral por todo o mundo. Problema este que deve ser confundido com “frescura” ou brincadeiras, mas sim, encarado como realmente deve ser: uma doença.
Desenvolver ou recuperar a auto-estima do paciente é um dos passos que o psicólogo deve fazer em seu trabalho. Afinal, a pessoa não se aceita devido a baixa auto-estima ou outros fatores que podem levá-las ao problema, e se vê de uma maneira que não é.
Não comer, ficar dias de jejum, consumir apenas chás e líquidos, e, se comer, praticar exercícios pesados após ter ingerido uma refeição ou até mesmo vomitar porque sentem-se culpadas por ter comido tanto. Controlar as calorias de tudo que ingere, pode até parecer que é uma pessoa que entende bastante de alimentos e saúde, mas não é. Brincar com a comida em vez de comer de fato, idas constantes ao banheiro ou banhos demorados, uso de laxantes/diuréticos são sintomas de quem pratica bulimia ou está anoréxico e está com pavor de engordar, mesmo estando muito abaixo do seu peso.
O mesmo ocorre com, na maior parte, homens que malham excessivamente e ainda consomem anabolizantes e hipercalóricos para alcançarem o chamado corpo perfeito. Malham diversas vezes ao dia até adquirir bastante massa e músculos, mas ainda não estão contentes e querem e buscam mais, ao ponto de viver para isso, terem doenças complexas e até mesmo serem levados ao óbito. Bulimia, anorexia e vigorexia são distúrbios e precisam ser tratados e não ignorados.

Referências Bibliográficas:

ABREU, Cristiano; FILHO, Raphael. Anorexia nervosa e bulimia nervosa — abordagem cognitivo-construtivista de psicoterapia. São Paulo, 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-60832004000400010&script=sci_arttext&tlng=es Acesso em 18 de novembro de 2010.

Anorexia Nervosa. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Anorexia_nervosa. Acesso em 18 de novembro de 2010.

CORDÁS, Táki; et al. Imagem corporal nos transtornos alimentares. São Paulo, 2004. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101- 60832004000400006&script=sci_arttext&tlng=es >. Acesso em 18 de novembro de 2010.

FERNANDES, Maria Helena. O corpo na anorexia e bulimia. Disponível em: http://www.estadosgerais.org/encontro/IV/PT/trabalhos/Maria_Helena_Fernandes_2.pdf.Acesso em 18 de novembro de 2010. 

PALAZZO, Valéria. Bulimia. Disponível em: http://www.gatda.psc.br/bulimia.htm. Acesso em 18 de novembro de 2010.

Vigorexia ou Transtorno dismórfico muscular. Disponível em: http://djalmanetoeabiolgia.blogspot.com/2010/01/vigorexia-ou-transtorno-dismorfico.html. Acesso em 18 de novembro de 2010.